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   Médicos, livrem-nos! 

Tenho vindo a assistir pacientemente a uma discussão mesquinha entre o famoso “Jornal Verde” e a administração do Hospital de Santa Maria Maior de Barcelos. Numa semana vem uma notícia a apontar um dedo crítico a determinado procedimento administrativo e na semana a seguir vem a resposta por parte da administração do Hospital. Ando um bocado farto de assistir a todo este correr de idiotices e por isso acho que devo acrescentar uma palavrinha.

Antes de mais, gostava de dar a minha opinião pessoal sobre essa classe de sanguessugas sociais à qual chamam “doutores” (na maior parte das vezes incorrectamente, pois serão poucos os médicos doutorados). Não passam de um bando de meninos do papá e da mamã sem inteligência suficiente para escolher uma orientação de vida e que, por isso, decidiram optar pelas dos pais. Isto significa duas coisas: ou seguiram o conselho dos papás em relação ao curso que deviam tomar (- Filho, vai para doutor, aí é que está o dinheiro!) ou então fizeram algo ainda mais idiota que foi, seguir a mesma profissão que eles (remando contra o bom senso da heterogeneidade profissional no interior de uma família).

Médicos com vocação, com espírito altruísta que trabalham em prole da comunidade existem, de facto, em Portugal, aí uns dois ou três.

Quero desde já salientar duas coisas, não falo por inveja, pois se quisesse tinha entrado em medicina sem problemas de maior (se fosse essa a minha cruz) e sei do que estou a falar pois possuo vários exemplos de sanguessugas desse calibre na minha família, bem como vários outros ligados à saúde não sendo, no entanto, médicos.

Vejamos então de que tipo de gente estamos a falar. Falemos dos médicos do centro de saúde, onde as consultas são tipicamente agendadas para as nove horas da manhã mesmo quando se sabe que os médicos apenas começam a aparecer por volta das dez. Pergunto-me, será que isto é para gozar com as pessoas doentes e sem grandes forças para reivindicar, ou trata-se de um impulso sádico que todos os médicos possuem devido a terem assistido a demasiados cadáveres dilacerados durante as aulas de anatomia?
E os preços praticados pelos médicos particulares?

- Senhor Dr. a minha filha anda com uma tosse!

- Ai sim? Tussa lá!

- Cof Cof…

- Bem, vou lhe receitar aqui uma coisinha que a vai por boa num instantinho…

E a mãe Maria lá se dirige à recepcionista que lhe cobra 50 euros pela consulta de 48 segundos, recepcionesta esta que ainda tem a lata de perguntar:

- Deseja recibo?

Após isso, lá vai a mãe Maria toda contente entregar a receitazinha ao farmacêutico (que não é, nada mais, nada menos, que outro menino do papá, mas que desta vez, não teve média suficiente para entrar em medicina e que, por isso, resolveu tirar um (re)curso que lhe abre portas para um profissão que se baseia essencialmente em ir buscar caixinhas à prateleira e trabalhar com uma caixa registadora) e desembolsar mais 25 euros para o antibiótico que o palerma do médico lhe receitou para curar a virose da filha (antibióticos e viroses não ligam muito bem, já dizia a minha professora de biologia do 9º ano).

Mas falemos antes do que interessa, ou seja, do que se passa de facto no Hospital de Barcelos. Os médicos que por lá trabalham deviam trabalhar das nove da manhã às cinco da tarde, no entanto, o que realmente acontece é que chegam às onze saem ao meio-dia. De tarde, nem sequer aparecem, pois vão dar uma mãozinha na clínica privada do amigo, conseguindo com isso ganhar mais uns cobres para pagar a casa de praia.

A administração do Hospital, a fim de inspeccionar o comportamento de alguns médicos tem vindo a pedir, serviço após serviço, os livros de ponto e a constatar que, existem médicos que nunca assinaram o dito cujo, ou pior ainda, que há médicos que já assinaram a entrada e a saída e que já não se encontram no perímetro do edifício hospitalar.

Outro tipo de medidas que têm vindo a ser tomadas, tem que ver com a regularização das contas, e devido a isso têm vindo a ser pedidas uma série de informações (como facturas, recibos, registos que já se encontram em arquivo) aos serviços de tesouraria do Hospital. O simples cumprimento de uma ordem deste calibre tem transformado a vida das pessoas desse departamento, pois segundo me constou, têm trabalhado por vezes até à meia-noite para conseguir encontrar os papéis que são precisos. Mais do que isso, alguns desses trabalhadores ponderam já pedir baixa devido à chegada esperada do esgotamento cerebral.

Será importante salientar o caso hilariante da chefe de serviço de urgência que apresentou a sua demissão porque alguém da administração, após consultar o livro de ponto desse serviço e constatar que os médicos que já tinham assinado não se encontravam a trabalhar, ter escrito no respectivo livro uma nota acusadora. A querida senhora, sentiu-se de tal forma ofendida nas suas competências que deu logo baixa do seu cargo.

Minha senhora!, numa empresa privada, se isso tivesse acontecido, era imediatamente despedida com justa causa e os seus colegas incumpridores seriam repreendidos severamente, não com chicotadas, mas possivelmente com cortes nos seus bónus salariais ou direitos no interior da empresa.

Monitorizar o cumprimento dos horários é algo extraordinariamente simples, que podia ser resolvido de um dia para o outro e a baixo custo (dado o orçamento de um Hospital). Continuar a insistir no livro de ponto, parece-me mais uma forma alimentar o problema. Claro que todos confiamos no Sr. Dr., afinal de contas trata-se de um pilar da nossa sociedade e nunca seria capaz de tal irresponsabilidade!

Faça-se o que tem que ser feito e instalar sistemas biométricos para controlo de presenças, pontualidade e assiduidade. Caros senhores do “Jornal Verde”, ganhem juizinho e ataquem as noticias pelo lado certo. O mal não está na administração, mas sim na falta de responsabilidade dos senhores doutores.


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