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   São tempos controversos estes em que vivemos… 

São tempos controversos estes em que vivemos… Tempos em que policias são acusados de corrupção, figuras públicas da televisão são encarceradas por manterem relações sexuais com menores, presidentes de clubes de futebol são acusados de desviar fundos para uso próprio, ministros demitem-se por prestarem favores pouco transparentes aos filhos dos amigos, chefes de bombeiros são despedidos por oferecerem viagens turísticas no helicóptero de combate a incêndios, enfim, os exemplos são muitos e a paciência é pouca…

Não consigo deixar de observar com algum regozijo a comédia burlesca em que a Câmara Municipal de Barcelos se envolveu e a impunidade com da mesma se irá afastar.
Falo das belíssimas obras de recuperação do edifício dos Paços do Concelho. Não há dúvidas que precisava de obras (não mais que o Teatro Gil Vicente) e não há dúvidas que a obra ficou bem feita (pelo menos é o que dizem), o que me deixa desolado é o facto do chico-espertismo à portuguesa ter vindo ao de cima e destruído toda a bondade da intenção.

O dinheiro que financiou as ditas obras foi, em grande parte, oferecido pela comunidade europeia (como, desde já, quase tudo neste país), no entanto, a verba atribuída destinava-se à reconstrução de um hospital, pois é esse o objectivo desse fundo europeu. Usando técnicas apuradas que têm vindo a ser aperfeiçoadas à mais de vinte anos pela Câmara Municipal de Barcelos, foi conseguido que esses dinheiros fossem canalizados para uma construção não prevista pelo regulamento de atribuições.

A forma como o fizeram não é relevante, estou certo que foi ardilosa. Gostava, no entanto, que pensassem no seguinte, o dinheiro que foi indevidamente utilizado no restauro do edifício camarário não poderá ser utilizado na construção ou melhoramento de um qualquer hospital deste país. Isso deixa-me de facto preocupado, pois todos sabemos como vai a saúde por estes lados (como dizia o F. Rocha – vai pela hora da morte!).

Em Itália os passeiros que usufruem dos transportes públicos sem pagar são, carinhosamente, apelidados de “portuguese” e em França ainda sobrevive o estereótipo do pequeno-gordo-malcriado-de-cara-vermelha-que-bate-nos-filhos… Se os portugueses já sofrem de má imagem no estrangeiro, não vão ser atitudes destas por parte de autarcas sem escrúpulos e de, por exemplo, selecções de sub-21 que se dão ao luxo de destruir balneários em jogos internacionais, mesmo que o resultado final do jogo lhes seja favorável, que vão conduzir ao seu melhoramento.

Com atitudes destas por parte de quem deveria, acima de tudo, dar o exemplo, nunca deixaremos de pertencer a este país medíocre, mais africano que europeu, mais corrupto que civilizado.

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